Interceptações mostram que Barbosa da Dimensão falava “tudo” pelo telefone

Barbosa da Dimensão

Os documentos abaixo obtidos pelo Blog do Luis Pablo da Operação Lilliput, da Polícia Federal, mostram que o empresário Antônio Barbosa de Alencar, dono da empresa Dimensão Engenharia, falava de “tudo” pelo telefone. Ele negociava e aliciava – oferecendo propina a agentes públicos, tudo pelo telefone.

Em uma das conversas com seu advogado, José Roosevelt Pereira Bastos Filho, Barbosa chega a insistir para saber sobre a negociação com a analista da Receita Federal Maria das Graças Coelho Almeida, lotada na Unidade de Atendimento ao Contribuinte no Município de Presidente Dutra/MA.

O advogado José Roosevelt fala por diversas vezes que conversava pessoalmente sobre o assunto com Barbosa: “eu converso com o senhor [Barbosa] aí quando eu chegar.”

Em uma outra conversa, com Maria das Graças Lima Figueiredo, Escrevente do 2° Cartório de Registro de Imóveis da Capital, o empresário Barbosa da Dimensão mostra intimidade com a escrevente, que chega a falar para ele: “tu larga de ser safado, safado.”

Barbosa oferece dinheiro para escrevente do Cartório para obter vantagens: “estou precisando que me faça um favor pra mim e eu faço um pra ti, eu boto um dinheiro no teu bolso, mais eu quero aquelas averbações da Vila Maranhão I e II.” Maria das Graças fala: “tu ta louco, deixa eu te dizer BARBOSA, na matricula mãe eu posso fazer pra ti, mais abrir 400 e poucas matriculas meu programa não tem condições.”

O empresário insiste: “mais tu tem que fazer GRAÇA que eu preciso entregar a obra.” A escrevente responde: “eu sei, o que vai acontecer eu vou averbar logo na matricula mãe.” Até que Barbosa consegue: “isso não resolve meu problema.” Aí Graça diz: “não, vamos resolver.”

Todos os diálogos monitorados, através de interceptações telefônicas, com autorização judicial, as operações bancárias e as informações prestadas pelo Escritório de Corregedoria da Receita Federal na 3a Região Fiscal, revelam a unidade de desígnios com o propósito de favorecimento do grupo empresarial de Barbosa.

O empresário obteve vantagens econômicas mediante envolvimento na prática de crimes de redução/supressão de tributos e contribuições sociais, de falsidade ideológica, de inserção de dados falsos em sistema e, sobretudo, de corrupção de agentes públicos da Receita Federal do Brasil, de cartórios e do fisco municipal.