Trump vira pesquisas e se torna favorito nas eleições americanas


1989 – o ano-marco do fim da “guerra fria” por um aparente maniqueísmo entre o modo de vida Capitalista e de outro lado (literalmente) Comunista, é, então, estigmatizado com o desmoronamento televisionado e ao vivo do Muro de Berlim e a derrocada econômica da ex-toda-poderosa União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), voltando à existência da Rússia original e ressurgimento gradual de seu nacionalismo conflitante. Mantém-se como 2ª maior potência militar e nuclear do planeta, até hoje em disputa direta com os Estados Unidos, desde a tecnologia aeroespacial até a fabricação de vacinas, como a corrida pela 1ª vacina, a Sputinik V.

Um outro “gigante” territorial que passava despercebido na História – a China – assim como a Rússia dos Czares, também teve um rico e muito peculiar passado milenar imperial, fora crescendo o seu PIB graças ao investimentos dos países desenvolvidos, enquanto o mundo falava dos “tigres asiáticos”, tornara-se o celeiro tecnológico mundial de segundo padrão e de produção industrial, principalmente pelo baixíssimo custo de sua mão-de-obra determinada como até hoje é pela enorme oferta de trabalho proporcional à maior população do mundo (hoje, 1,4 bilhão de pessoas). Mas essa tecnologia que sempre foi relacionada (com razão) ao plágio e a imitação, diferente da japonesa, hoje é quem domina a tecnologia 5G de modo consistente e para suprimento em escala global.

A China assim chega ao 3º Milênio como 2ª potência mundial, como país comunista, domina grande parte da tecnologia de todo o mundo sem precisar de investimento público, mas por demanda estrangeira em seu território aplicada por décadas e, em seu regime ditatorial de partido único e imprensa estatal, com conhecido modo comercial “sem regras”, soçobra na Economia mundial como divisor de águas e impondo, novamente, aos Estados Unidos, a esgueirar-se na função de “mediador internacional”.

A verdade é que não só os Estados Unidos, os investidores internacionais, mas todo o mundo errou em não olhar pra China. Sim! A China comunista, com a maior população mundial e o terceiro maior exército do mundo, ultrapassou a Alemanha e o Japão e conseguiu crescer anualmente, de modo seguido e sustentável mais do que a Coréia do Sul, país-exemplo de prosperidade e bem-estar na Ásia pós-Guerra Fria.

E o que isso tem a ver com as Eleições Americanas? Resposta: tudo!

A Eleição de Donald J. Trump, bem como a decisão dos britânicos em Plebiscito pelo Brexit, ambos em 2016 – decisões democráticas que guardam em comum, não só o ano, mas a mínima vantagem de sufrágio, significaram marcos globais do arrefecimento definitivo do Globalismo, que nada mais é do que uma face encoberta do modo de vida Comunista (não o ideal do livro de Marx), mas o “real”, em que pobres “racham” a pobreza e uma pequena elite bilionária vive no poder eternamente, como vemos especialmente na Rússia de Putin, na China de Xi Jinping, na Coréia do Norte de Kim Jong-Un, na Venezuela de Maduro (e aqui não cito as monarquias patriarcais do Mundo Árabe e as ditaduras da África para não ficar extenso e porque muitas delas não encenam perfeitamente a “lógica” e ideologia citada – o Comunismo).

Como todo fato histórico, movido por ações e reações, a tendência globalista que favorece muito aos grandes bancos (corporações internacionais) e bilionários investidores/especuladores/rentistas, como também os líderes, ou melhor, ditadores comunistas que se mantém no poder às custas da repressão firme à liberdade de seu povo, tentou emergir através do discurso ou “narrativa verde”: a sueca adolescente Greta Thunberg, a “Amazônia em chamas”, que seria “o pulmão do mundo” (segundo Madonna e Leonardo Di Caprio, que pode cometer “fake News” por ser do Staff hollywoodiano financiado pelos mesmos globalistas citados e ficam imune a críticas), bem como pela ideia, que não se sustentou, de que os “blocos econômicos regionais”, como a União Européia, são benéficos aos países-membros e que o nacionalismo contraposto levaria então toda forma de Poder (institucionalizado) à intolerância, ao “supremacismo branco”, à xenofobia e, assim, à piora das condições de vida igual em oportunidades. Tudo falácia aterrorizante. Senão, vejamos.

A Amazônia não estava em chamas. O Brexit não é o fim do próspero Reino Unido, coração financeiro da Europa, país mais avançado em saúde pública no mundo e 5ª maior economia. A proteção dos mercados nacionais, mantendo-se dentro da lógica liberal, é, sim, um novo formato de desenvolvimento econômico imune aos superblocos que, no último quartel, empobreceram os países mais pobres e enriqueceram os que já eram ricos.

São “verdades” postas à prova e que, por não se sustentarem em pé, fazem ruir a onda globalista, seja: 1) no aspecto geopolítico, financista sem barreiras nacionais, no plano macroeconômico; e 2) comunista, no âmbito ideológico, que vem tentando reverter a tendência conservadora e de reconstituição da força dos estados nacionais iniciada há cerca de 4 anos, com aqueles dois citados eventos históricos (vitória de Trump e Brexit).

Outra verdade indevassável e já matemática é que o vírus chinês de Wuhan matou 0,6% dos infectados que fizeram o teste e este deu positivo, segundo publicou a OMS no último dia 03/08. Noutro giro, estimam especialistas, apenas cerca de 10% da população infectada do planeta fez testes laboratoriais. Se considerarmos essa premissa altamente plausível como parâmetro estatístico pragmático, apenas 0,06% das pessoas atingidas pela infecção do Sars-Cov-2 ou COVID-19 foram à óbito. Mas o mundo – e a economia global parou.

Nos EUA, novamente se passou a viver sobressaltos imprevisíveis em diversos âmbitos, fruto, especialmente, da Pandemia, com a recessão natural numa economia que pairava hígida de quase pleno emprego e que, sozinha, já era considerada suficiente para reeleger Donald Trump, até pelos analistas políticos mais à esquerda.

Somou-se a isso o emblemático alvoroço causado pelo assassinato de George Floyd, mantendo Trump uma postura nada esperada diante do problema, o que fez a oposição a ele em todo o planeta “vibrar de alegria” – e os Democratas idem, levando seu candidato “sem sal” Joe Biden a 8 pontos percentuais a sua frente, mas isso até dias atrás.

Mas parece que o presidente americano – e o ideagrama que tracei acima que ele representa, do anti-comunismo, anti-globalismo, anti-China, pró-segurança (lei e ordem), pró-mercado nacional – sobressaem “das cinzas”: após ruas lotadas, mesmo com uso de máscaras, o que estava terminantemente proibido e era uma campanha politicamente correta da esquerda mundial e dos Democratas, não gerou mais óbitos nem maior infecção na população. Pelo contrário: a curva começou a equilibrar e o comércio reabrir, reagindo rapidamente a maior economia do mundo.

De outro lado, a escolha de Kamala Harris, que não é negra, mas sim descendente de índios americanos, que se imaginou ser um trunfo para turbinar a campanha democrata, viu-se que a senadora é, de fato, “maior” do que o próprio candidato “cabeça-de-chapa”, Joe Biden, bastante idoso e que não tem carisma presidencial – fato! Será mesmo inteligente escolher uma vice mais emblemática e com ideias mais firmes que o candidato principal? Mais um erro do Partido Democrata. Explico.

É que além dos quase meio século (47 anos) dentro do Congresso americano, Biden é o típico político “mais do mesmo”, do establishment– uma espécie de “nova Hillary de calças”.

Ele nunca fez nada de incrível em toda sua vida pública, chegando, no máximo, a ser um Vice silencioso e bem-comportado do Barack Obama.

Por isso sua caracterização como alguém “de Centro”, o que, em momento histórico bipolar e com eleitores bem posicionados no espectro ideológico talvez como nunca antes na História eleitoral dos EUA, essa tentativa “gregária” de todas as correntes democratas ao invés de ajudar a vencer Trump tenha sido o pior erro: querer todos os eleitores é, paradoxalmente, seduzir nenhum deles.

Até nesse aspecto Joe Biden não aparenta ser uma figura “decisiva”, imponente, firme – com ideais firmes, quero dizer – o que parece ser predicado fundamental para a escolha de um eleitor americano que tem sofrido uma real preocupação com a “segurança”, seja pelo problema de saúde pública que se instalou, seja da retomada dos empregos, seja pelos saques e aumento da violência engatilhada após os protestos iniciais do “Black Lives Matter”.

Já Kamala tem um histórico de carreira política e jurídica bem pontual, nada “em cima do muro” e bem poderia ser uma potencial candidata a presidente. Todavia colocada como Vice parece mais confundir o eleitor do que ajudar, primeiro, porque “rouba a cena”; segundo, porque ao somar o que o seu candidato não tem (conteúdo definido, carisma e diferencial), a chapa fica desconexa. Ou melhor: ela tem o que chamo de “identidade diferencial”, uma vez que ela se comunica bem diretamente e representa boa parcela do eleitorado.

Joe, neste cenário, passa a ficar igual àqueles garçons com duas bandejas nas mãos cheias de copos e pratos diferentes pra equilibrar – e, não esqueçam, ele é garçom, não equilibrista! Para obter o sucesso pretendido nas urnas precisa conjugar várias “tendências” dentro do Partido Democrata, que nunca teve tanto o peso da esquerda radical (liberal, na linguagem da política americana) como agora, mas, ao mesmo tempo, ele, Biden, não pode expressar isso explicitamente para não perder votos de possíveis trumpistas arrependidos, senão não se elege! A diferença para eleição é mínima, dada ao acirramento das posições políticas muito bem identificáveis de um campo e outro.

Esse é o grande mal da Política: quando se quer traçar uma estratégia que se abarca tudo e a todos, aparentemente tão perfeita, torna-se ela própria o seu calcanhar de Aquiles.

Nessa nova tentativa de mudar o quadro geopolítico global, que se inicia na Eleição dos EUA de novembro de 2020, não sobrará tempo ou algo para J. Biden se fincar, pois além de ser sócio de empresas chinesas, será naturalmente obrigado a responder, nesses próximos 2 meses de acirrados debates, às demonstrações de inconsistência políticas dele trazidas pela campanha de Trump, que começa a reagir nas pesquisas de intenções de voto numa escalada crescente, reduzindo a diferença radicalmente

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